terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O PÃO E CIRCO NA CIDADE DE SALVADOR

Em meados dos anos de 1980, frequentando o cursinho pré-vestibular, especificamente nas aulas de história do saudoso Mestre Zé Nilton Andrade, tive acesso ao conhecimento dos modelos de gestão do império Romano, entre tantos o “Pão e Circo” se destaca. Esse sistema os permitiu a manutenção do poder por séculos. Em função do seu sucesso, ele foi reproduzido, em outros moldes, por governantes de várias partes do mundo e se sucede nos dias atuais. 
No Brasil da nossa “contemporaneidade” vimos o modelo “pão e circo” ser utilizado por gestores públicos tradicionais dos níveis federal, estadual e municipal, inclusive no período escravocrata. Afinal depois de muito trabalhar e gerar lucro aos poderosos, permitir a festa possibilita ao trabalhador e seus familiares um momento de lazer e descontração, regado de muita cachaça, cerveja e outros. Porém, o principal usuário desse sistema é a nossa Juventude.
Ouvi dos meus pais que o diferencial de um cidadão está contido no seu nível de conhecimento, ele pode dotar os indivíduos de um olhar diferente e promissor para os caminhos que a vida oferece. Com eles também soube que o melhor lugar para obtê-lo é na escola. O fenômeno da evasão escolar das escolas públicas, principalmente dos turnos vespertino e noturno tem aterrorizado aqueles que compreendem o papel da educação. Porém, a falta de dedicação e estudo para entender o fato é altamente preocupante. Dizer “tem escola e professor disponível e eles não frequentam porque não querem”, é fácil. Difícil é entender porque esses estudantes, dos estabelecimentos de ensino do município e do estado, até se matriculam, mas não permanecem na escola. A saída realmente é fechá-las?
A Cidade de Salvador possuía um dos melhores Ginásios Olímpicos da Bahia, o Antônio Balbino, nele nossos jovens treinavam, participavam de campeonatos de boxe, natação, karaté, Judô, etc. O ginásio foi demolido, em seu lugar temos uma moderna arena, por sinal de primeiro mundo. 
A cantada “São Salvador, Bahia de São Salvador” possui um dos maiores e mais bonitos litorais brasileiros. Esse espaço marítimo poderia ser utilizado para fortalecer as escolas de surf e esportes aquáticos, com projetos para a juventude, aproveitando a onda “Gabriel Medina”. Ainda há a falta de equipamentos e espaços para esses jovens ocuparem a mente nas férias. Os pais que podem pagar não perdem a oportunidade de colocar os seus filhos nas escolinhas que estão nas praias, clube de férias e outros. E o que resta aos jovens que os pais não têm essa condição?
Nas férias desse verão 2015, em uma rápida circulada pela cidade, qualquer um pode encontrar nossos jovens de 13 a 21 anos dos bairros periféricos da cidade, em lugares diversos. Muitos sempre trabalhando ajudando os pais nas padarias, pequenas lojas de roupas, armarinhos, salões de beleza, peixarias, açougues, bancas de frutas e verduras, etc. Outros jogando futebol nas pequenas e grandes quadras, que graças a sua confiança no governo Renova Salvador estão espalhadas por toda cidade. E também existem quase 300 jovens participando do Projeto Jovem Empreendedor Social. Além, é claro de frequentarem as praças agora amplamente reformadas e outras criadas pelos quatro cantos da cidade. Contamos também com nossos artistas e demais integrantes da sociedade civil organizada, que periodicamente desenvolvem projetos socioculturais para a juventude das diversas áreas da cidade. Mas tudo isso, não atinge a todos os jovens. 
Em agradecimento ao honroso título de melhor “Gestão Municipal das capitais brasileiras”, e principalmente depois de conseguir pela primeira vez na cidade “de todos os cantos, encantos e axés” fazer quase uma semana de festas, gratuita e de altíssimo nível, atingindo um público de 132,5 mil pessoas* por dia em sua maioria jovens, o grande desafio agora é conseguir proporcionar, neste verão e durante o ano, atividades positivas que possam ocupar a mente de muitos jovens que estão excluídos das políticas públicas de Salvador e em outras cidades do interior. São os chamados geração NEM, NEM = nem trabalham e nem estudam. 
Só não vê quem não quer! A cidade de Salvador já é outra. Dar continuidade as ações estruturantes para deixá-las sempre limpa e cada dia mais organizada faz parte do processo organizacional planejado, que foi implantado pela gestão “Sucesso Total” que tomou posse em 01-01-2013. Todavia, será o cuidado atencioso com a juventude que tem em seus indicadores um alarmante crescimento nas áreas de genocídio, DST/AIDS, desemprego, gravidez na adolescência e evasão escolar, que vai fazer a diferença. O Modelo de gestão que você escolheu quando votou, não é de “PÃO e CIRCO” como tradicionalmente existiu por aqui. Continue acompanhando, observando e criticando construtivamente e verás o legado de “dias melhores para sempre”. Como eu e o poeta já o fizemos, se ligue: “ideologia, eu quero uma para viver”! As pessoas que estão no poder soteropolitano trabalham com prática de Governança na gestão pública: transparência, controle, justiça tributária social, respeito a diversidade, sustentabilidade e inclusão social. Participe do processo democrático e leve suas contribuições para a construção de uma sociedade mais inclusiva no projeto “Ouvindo Nosso Bairro”. Reitere as necessidades de políticas públicas para a inclusão social da nossa Juventude, que não pode viver de Pão e Circo.

*Fonte: Polícia Militar da Bahia
Célia Sacramento
Cidadã Soteropolitana e Vice-Prefeita de Salvador

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

CARTA ABERTA AOS CIDADÃOS SOTEROPOLITANOS: GANHANDO O PÃO DE CADA DIA NAS FESTAS E PRAIAS DE SALVADOR

Ganhando o Pão de Cada dia nas festas e praias de Salvador
Circulando, como cidadã, pela nossa – agora linda e limpa - cidade, em um olhar de amante antropológica, já que não o sou, porém se aprende com a convivência. Fico feliz em constatar que o nosso povo sofrido, sem oportunidade de emprego e qualificação profissional, pelo menos, tem oportunidade de ganhar um dinheirinho honesto, vendendo nas festas e praias da cidade. Tudo dependendo da criatividade e atitude de cada um, pois a Prefeitura disponibiliza as cadeiras e sombreiros.
Estamos em pleno quente verão soteropolitano e as oportunidades estão à disposição de todos que tem coragem ou necessidade de trabalhar embaixo desse sol escaldante, sem direito sequer, a dar um mergulho no nosso lindo mar resplandecente da Baía de Todos os “Santos, Encantos e Axés”.
Não tem sido fácil para nosso povo sofrido, que trabalha no mercado informal e precisa acordar todos os dias e pensar rotineiramente: “Como irei dar comida aos meus filhos hoje?”. Plano A, B e C: vendendo água, refrigerante, queijo assado na brasa e outras coisas, nas festas e praias da cidade. Essa tarefa não é fácil, primeiro porque apesar da disponibilidade pública de sombreiros e cadeiras para os ambulantes disporem aos banhistas, não existe um lugar público e seguro para guardá-los, ficando por conta dos vendedores “micro empreendedores individuais” a função de carregar, levar, trazer e armazenar, só Deus sabe onde e como, todos os dias. Segundo, isso dá uma comodidade maior aos banhistas, que não precisarão levar ou até mesmo adquirir os seus próprios equipamentos.
Vivi essa experiência na praia da Barra esses dias. Era um final da manhã de um sábado, resolvi ir à praia da Barra - agora toda requalificada – na qual ainda não tinha tido oportunidade de ir dar um mergulho. Não levei cadeira nem sobreiro, porém gostei de chegar e encontrá-los lá. Sentei acompanhada dos meus 2 filhos e um irmão. Só consumimos 3 refrigerantes e uma água de coco. Ficamos lá por mais de 3 horas, das 11:00 às 14:30. Pedimos a conta e fomos surpreendidos pelo acréscimo de 15 reais pelo uso do sombreiro e das cadeiras. Imediatamente eu falei sobressaltada: “Isso é um absurdo a Prefeitura disponibiliza gratuitamente”. Para minha surpresa, obtive a educada resposta do Comerciante: “São quase 15 horas, paguei para guardar, trazer e arrumei aqui na areia para a Senhora usar. Não posso repassar esse custo para os produtos consumidos. Me ajude a poder trazer amanhã e disponibilizar para outros, que como a Senhora, precisam usar estes, que custaram para estar aqui.”
Eu rapidamente pensei "quanto custa uma água de coco na praia? 4 reais. Nossa! Se eu for dividir os 15 reais por 4 dará quase isso." Envergonhada paguei os 15 reais e pedi a Deus que continuasse dando força, coragem, determinação e atitude para meu povo sofrido resistir, enquanto nós que estamos no poder pensamos em uma forma de ajudá-los a ganhar honestamente “o pão de cada dia” com dignidade e tendo o respeito e a compreensão dos usuários que como eu, não puderam levar, mas gostam de poder usar.

Célia Sacramento
Cidadã Soteropolitana e Vice-Prefeita de Salvador

VISITAS AOS BAIRROS COM O PREFEITO

Iniciamos o ano realizando diversas visitas aos bairros de Salvador, para identificar os principais problemas que a população tem vivenciado e também acompanhar as obras de requalificação que estão sendo realizadas. Ouvir o povo é a nossa principal ferramenta para construir uma cidade melhor! 














segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

VISITANDO AS OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO DA CIDADE

É Ano Novo, mas o trabalho não para!Hoje no início da manhã fui visita a obra da Ladeira do Cacau em São Caetano. Estão à todo vapor! Vai ficar Sucesso Total!!