Momentos
de fé, de agradecimento e de esperança predominaram o cortejo da
Lavagem do Bonfim, que levou milhares de fieis até à Colina Sagrada na
manhã desta quinta-feira (16). O ponto de partida de uma das maiores
festividades religiosas de Salvador e que, pelo primeiro ano, é
realizada como Patrimônio Imaterial Nacional, foi dado às 8h, com a
cerimônia interreligiosa celebrada em frente à Igreja da Conceição da
Praia, no Comércio. Uma hora depois, as baianas iniciaram a caminhada de
quase oito quilômetros até o Bonfim, que contou também com a
participação de grupos culturais, moradores, turistas e autoridades,
como o prefeito ACM Neto, o governador Jaques Wagner, a ministra da
Cultura, Marta Suplicy e demais políticos, todos com muita animação.
História -
Até 2013 era realizado apenas o cortejo antigo, conhecido como o das
baianas. Após a concentração na Igreja da Conceição da Praia, o antigo
templo em estilo rococó no Comércio, o primeiro centro financeiro e de
negócios portuários da cidade, o cortejo saia levando participantes das
religiões afro-brasileiras, bandas de músicas e muitos outros devotos
alegremente vestidos, usando inclusive fantasias. Segundo historiadores
este ritual acontece desde 1773, vinte e oito anos após a inauguração da
igreja.
A
lavagem festiva com mulheres usando roupas típicas de baianas foi
mantida fora da nave da igreja basílica por dois decretos oficiais da
Arquidiocese de Salvador, a Primaz do Brasil. O primeiro foi emitido em
1889 e só durou um ano, pois em 1890 as baianas voltaram a entrar na
igreja cantando e dançando para a lavagem. Em 1942, novo decreto
detalhou minuciosamente que ficava proibida lavagem festiva dentro de
qualquer igreja de Salvador.
Em
2014, um novo cortejo católico com participação de entidades católicas
foi realizado, antes do cortejo tradicional, e denominado Lavagem de
Corpo e Alma. Ainda assim, ninguém é autorizado a entrar na nave da
Basílica no dia do festejo popular.
FONTE: AGECOM
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